Obras de arte tumular: cemitérios como museus a céu aberto

A arte tumular, ou arte funerária, é o conjunto de obras e esculturas criadas para adornar sepulturas, jazigos e mausoléus. No Brasil, essa forma de expressão artística floresceu, especialmente entre o final do século XIX e meados do século XX, transformando alguns cemitérios em verdadeiros museus. Ao redor do mundo, a arte tumular encontrou seu espaço em jazigos para grandes reis, ministros e artistas ao longo da história. Conheça mais sobre a arte tumular neste artigo da Central Cemitérios!
Qual o significado da arte tumular?
A arte tumular transcende a simples decoração; ela é uma forma de expor a posição social e o poder econômico das famílias. Além disso, elas buscam interpretar a vida e a morte por meio de um rico universo simbólico.
Os estilos de arte para túmulos costumava variar, em seu apogeu, entre:
1- Obras Narrativas
Comuns entre imigrantes e industriais, que usavam as esculturas para narrar a epopeia da família, desde a partida da terra natal até o sucesso alcançado no Brasil.
2- Símbolos
Usados para expressar sentimentos e crenças religiosas. Por exemplo, um anjo pensativo pode simbolizar a reflexão sobre a vida do falecido, enquanto a Pietà (Maria com Jesus) representa o desejo de que a alma seja bem recebida. Os materiais mais utilizados na arte tumular eram o mármore (especialmente o mármore de Carrara, importado) e o bronze.
Quais cemitérios são conhecidos por seu acervo de arte tumular?
Apesar de menos comuns nos tempos atuais, esse tipo de expressão artística foi comum até o século XX e muitos cemitérios ainda possuem acervo rico. Exemplos notáveis envolvem:
1- Cemitério da Consolação (São Paulo, Brasil)
O Cemitério da Consolação, em São Paulo, é o principal expoente da arte tumular no Brasil. Fundado em 1858, ele abriga um acervo inestimável, contando com obras de alguns dos maiores nomes da escultura e arquitetura nacional.
Entre os artistas que deixaram sua marca, destacam-se Rodolfo Bernardelli, Bruno Giorgi e, sobretudo, o modernista Victor Brecheret. Suas obras de arte tumular, inclusive, são consideradas peças-chave do modernismo brasileiro:
- Mise au Tombeau (Sepultamento): criada em 1923, esta é uma das esculturas mais famosas de Brecheret. Localizada no túmulo da família Guedes Penteado, ela foi premiada no Salão de Outono de Paris e se destaca pela influência do Art Déco;
- Anjo: outra peça notável, a escultura de um anjo no túmulo da família Botti apresenta feições que demonstram a adesão ao espírito modernista e à busca por uma identidade nacional.
2- Cemitério Père-Lachaise (Paris, França)
Considerado o cemitério mais visitado do mundo, o Père-Lachaise, em Paris, é o protótipo do cemitério-jardim moderno e uma referência da arte tumular europeia. Inaugurado em 1804 por ordem de Napoleão, ele rapidamente se tornou um símbolo de status e um destino de peregrinação.
A arte tumular ali é marcada pela variedade de estilos (do gótico ao Art Nouveau) e pela presença de mausoléus grandiosos, que se assemelham a pequenos templos.
- Túmulo de Oscar Wilde: uma das obras mais icônicas é o túmulo do escritor irlandês, projetado pelo escultor Jacob Epstein. O monumento original era uma figura alada inspirada nas esfinges assírias, mas é famoso por ter sido alvo de vandalismo (e lendas) ao longo dos anos. Hoje, é protegido por vidro;
- Abelardo e Heloísa: os túmulos dos amantes medievais Abelardo e Heloísa são frequentemente visitados por pessoas que buscam sorte no amor. Eles acabam reforçando a conexão entre a arte tumular e o folclore romântico.
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